Vejam como o direcionamento das notícias e fatos levam a outra leitura ou interpretação.
As pessoas reclamam do mau cheiro em área de lazer...
Pergunto: alguém se preocupa com o fator gerador do mau cheiro?
Alguém sugere ou cobra alternativas para que o que chamam de córrego deixe de apresentar o 'mau cheiro'?
E por fim, um protesto que causa mau cheiro. Até onde o interesse individual pode sobressair em relação ao coletivo?
Com vocês as respostas
O mau cheiro vindo do córrego, principalmente nos dias de forte calor, acompanha a prática de exercícios dos frequentadores do eixo de lazer e esportes da Avenida Arthur Bernardes, entre os bairros Vila Izabel, Santa Quitéria e Seminário, em Curitiba.
A água, que tem coloração cinza, corre a céu aberto entre as avenidas Iguaçu e Silva Jardim. O córrego fica no meios das árvores e das estruturas da pista de cooper e de um parquinho, que recebem boa quantidade frequentadores. Tem dias que o cheiro está forte, principalmente quando faz mais calor, confirma a comerciante Daniela Rickli, moradora da região.
![]() |
Até vereadores foram contatados para tentar resolver os problemas |
O problema está nestes cem metros em que o córrego está descoberto. O cheiro incomoda quando você está fazendo exercícios. Eu passei aqui no fim de semana de carro e o cheiro estava insuportável, relata Gilmar Fernandes, morador no Portão, que faz todos os dias caminha na Avenida Arthur Bernardes.
Poluição
É muito desagradável. O cheiro se propaga, especialmente quando o tempo está quente, declara a advogada Ana Paula Feijó Rocha, moradora no Batel e frequentadora da pista de cooper da avenida. Tem dias que não dá para passar por aqui. A gente tampa o nariz, ou dá meia volta e não passa ao lado do córrego, ressalta a dona de casa Rosane Guglielmini.
Um dos frequentadores revelou que procurou até vereadores para saber se haveria alguma maneira de acabar com a poluição do córrego e com o mau cheiro, mas não obteve sucesso.
Moradores costumas despejar lixo no córrego
O córrego também tem outros trechos a céu aberto, cortando os três bairros. Um dos pontos está entre as ruas Curupis e Curupaitis, entre o Seminário e Santa Quitéria. O cheiro aqui também é muito forte. Quando esquenta, à noite fica insuportável, além da quantidade de mosquitos. Frequentemente vimos pessoas jogando lixo no córrego´, comenta Maria Olinda Lima Silva, moradora da região há 40 anos. Ela garante que, quando era criança, viu o córrego com água cristalina e cheia de peixes. Agora, a moradora também reclama das enchentes, que levam toda a sujeira e o mau cheiro para a casa dela.
Promessa de vistoria
A assessoria de imprensa da prefeitura informou que uma equipe da Secretaria Municipal do Meio Ambiente vai até o córrego para verificar a situação. Uma das possibilidades é a existência de ligações irregulares de esgoto, que acaba sendo despejado dentro do córrego. A prefeitura ainda comunicou que lei municipal de 2008 proíbe o fechamento de córregos. A assessoria de imprensa da Sanepar também informou que uma equipe iria até o local para fazer vistoria.
Poluição dos rios é problema na Grande Curitiba
O abastecimento de água em Curitiba e Região Metropolitana enfrenta dois grandes problemas: a qualidade dos recursos hídricos nos mananciais e a acelerada expansão da cidade. O crescimento dos municípios de forma desordenada impede que seja realizado o planejamento adequado para a ocupação do solo, o que compromete significativamente a proteção aos rios. Somam-se a isso as redes de esgoto irregulares, que representam uma ameaça constante à qualidade das águas.
Enquanto o interior do estado sofre com a estiagem neste verão, a região de Curitiba é autossuficiente e possui capacidade de abastecimento para os próximos seis meses, de acordo com a Sanepar. As quatro principais barragens destinadas à capital e à RMC (Iraí, Passaúna, Piraquara 1 e Piraquara 2) contam com 149 milhões de m3 represados, que atendem um consumo diário de 765 milhões de litros. A situação, porém, pode mudar caso a poluição siga degradando os mananciais.
'Os mananciais podem ser perdidos, como aconteceu com o Rio Palmital (em Pinhais). Perdendo um rio, temos que partir para outro', alerta a gerente de produção da Sanepar, Rita de Cássia Gorny Becher, que também aponta outro reflexo da falta de cuidado com o meio ambiente e que interfere diretamente no bolso do consumidor. Para recuperar as águas que serão entregues à população o tratamento fica mais caro e o recurso mais escasso.
Urbanização
As ligações corretas de esgoto são apontadas como a solução mais emergente para o problema. Para o coordenador do curso de pósgraduação em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental da UFPR, Cristóvão Fernandes, a qualidade das águas sofre uma forte pressão da urbanização e do uso do solo. 'É um dilema. A oferta e a demanda estão no limite. O tratamento de esgoto não é suficiente para a demanda gerada e assim acontece a degradação, pois o esgoto é lançado nos rios', lamenta. A cobertura da rede de esgoto na grande Curitiba é de 71,89%.
Uma reivindicação feita por um morador do Prado Velho, em Curitiba, e não atendida pela Prefeitura, está causando transtornos a usuários das calçadas da Rua Conselheiro Dantas.
O problema é o intenso mau cheiro em um ponto de ônibus localizado na via, onde, de acordo com relatos de moradores e comerciantes, têm sido jogadas diariamente fezes de animais em sinal de protesto pela reclamação não atendida do morador. 'O cheiro aqui está terrível. Tenho que esperar o ônibus longe do ponto por causa de tanta sujeira. Na hora de descer, então, é pior ainda. Quando o ônibus abre a porta nos deparamos com os excrementos e o forte mau cheiro', explica o usuário Antônio Junior.
Freqüentadores do local afirmam que as ações do morador revoltado vão além. 'Quando algum carro pára perto da garagem, ele esvazia os pneus e joga fezes nos veículos estacionados. Ele também já recuou a guia da calçada, pintou placas e faixas no chão e pregou avisos no portão', relata Ademir Moura, que trabalha próximo ao ponto.
![]() | ||
|
Moura acrescenta que muitas vezes clientes deixam de vir às lojas por causa da fama que o local está ganhando. 'A situação está ficando fora de controle. Estamos perdendo muitos clientes em vista disso.'
De acordo com a Companhia de Urbanização de Curitiba (Urbs), a mudança do ponto de ônibus é inviável, pois, em toda a quadra, aquele seria o único lugar passível de instalação. O ponto, segundo a Urbs, atende a todas as condições de tráfego e necessidades dos usuários do serviço.
A Urbs reforça que a população pode solicitar mudanças nos serviços através do telefone 156. A Prefeitura informa ainda que o cidadão que for atingido ou se sentir prejudicado pelas ações do morador deve se reportar à Polícia Militar pelo telefone 190.
O causador dos danos pode ser julgado pelo crime de perturbação à ordem. A reportagem tentou contatar o morador acusado de jogar as fezes de animais no ponto de ônibus, sem sucesso.
Créditos
p o
Nenhum comentário:
Postar um comentário