Pessoas queridas
No folheto da Santa Missa do dia 14/08/2011 encontrei o texto mais lúcido, a meu ver, que alguém poderia escrever acerca das religiões.
Entendo que o escriba foi iluminado, e se utilizou sabiamente das palavras para expressar seus sentimentos.
Permito-me reproduzir sua fala por também pensar assim...
Boa leitura
Inicio este citando as leituras utilizadas que serviram de base para a elaboração da crônica a ser reproduzida aqui:
Is 56, 1.6-7
Sl 66
Rm 11, 13-15, 29-32
Mt 15, 21-28
"Catequese Bíblico-Missionária
A realidade
Em uma das Catequeses Bíblicas, apontamos certa postura arrogante (inconsciente, sem dúvida) expressa em frases como "Sou Católico, graças a Deus". A maioria dos leitores entendeu, mas alguns reagiram com certa dose de azedume.
Há uma confusão entre a certeza de que esse é o caminho para mim e a idéia de que não há outro.
A fé e a Igreja não passam de caminhos para alguém chegar a Deus, para encontrar a salvação, para encontrar a salvação, a plenitude da realização humana.
Uma coisa é estar convicto de que o meu caminho deve ser este e nele eu me sinto bem; outra coisa é imaginar que não exista outro, ou que quem não segue o meu caminho é um infeliz.
A Palavra
Os que retornaram do cativeiro da Babilônia estão reorganizando a nação. Alguns acham que só os de pura origem judaica podem fazer parta do povo de Deus.
Na Primeira Leitura (de hoje), o poema guardado para nós no Livro de Isaias vem dizer que não, Deus chama todos, basta que vivam de acordo com sua lei.
No Salmo cantamos para Aquele que é Deus de todas as nações.
O Evangelho segundo Mateus nasceu numa comunidade de cristãos judeus. A seu lado os fariseus reorganizavam a religião judaica excluindo que não fosse fariseu.
A comunidade dos cristão judeus era levada a pensar que a salvação em Jesus fosse só para eles, o povo de Israel.
A postura de Jesus no Evangelho (de hoje) representa esse pensamento, talvez dominante nos princípios da comunidade: 'Só fui enviado para a casa de Israel'.
Como é que a fé dessa comunidade irá se abrir para os não judeus? Quem vai promover a mudança? Os que estavam satisfeitos por serem israelitas ou os não israelitas que começavam a crer antes de serem aceitos?
O pequeno episódio vem responder: 'Os cachorrinhos também comem das migalhas de seus donos' disse a mulher. A humildade venceu a arrogância do pensamento exclusivista lembrado nas atitudes e palavras de Jesus.
O Mistério
Jesus instituiu a Eucaristia na Ceia Pascal dos judeus. O sangue do cordeiro que proporcionou a saída da escravidão do Egito é que explica o sentido da morte de cruz.
Agora, porém, esse sangue, essa morte não salvam apenas os israelitas, salvam todos.
Livram de uma escravidão temporária, livram da raiz de toda escravidão, o pecado."
Pe. José Luiz Gonzaga do Prado
Diocese de Guaxupé - MG
Semanário Litúrgico - Ano XLI - Nº 39 - 14.08.2011 - Ano A
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