quarta-feira, 23 de maio de 2012

Edição 135 - Curitiba vai terceirizar espaços culturais

Pessoas
Quem queria ver espaços culturais novamente cheios, funcionando, está aí a alternativa...
Aquele que vencer a licitação poderá mudar o nome do espaço, do local, o famoso naming rights.
A Pedreira Paulo Leminski poderá ser 'rebatizada' com o nome de "Espaço Cultural Cervejaria Bebe Mais Uma, Companhia Aérea Caiu Mais Um ou Casa de Shows Tia das Candocas"...
Resta aguardar


Licitação concede à iniciativa privada a operação da Pedreira Paulo Leminski, da Ópera de Arame e do Parque Náutico por 25 anos



Um processo de concessão pública que estava obscuro veio à tona ontem na internet, via redes sociais. A prefeitura de Curitiba lançou edital de licitação para repassar à iniciativa privada a gestão e a operação da Pedreira Paulo Leminski e da Ópera de Arame, que ficam no Pilarzinho, e do Parque Náutico do Iguaçu, no Boqueirão. A abertura dos envelopes com as propostas das empresas interessadas está prevista para 4 de junho, às 9 horas.
O aviso de licitação foi publicado pela Secretaria Municipal de Administração (Smad) em 17 de abril no Diário Oficial do Município e na imprensa, mas sem qualquer outra divulgação por parte da prefeitura. O edital prevê a concessão por um período de 25 anos.
Pedreira Paulo Leminski será revitalizada pela empresa que vencer a concorrência pública
O superintendente de concessões da Smad, Wilson Justus, esclarece que não se trata de uma Parceria Público Privada (PPP), mas de uma concessão, nos moldes da que foi feita no Parque Barigui. “Quem vencer a licitação vai fazer a gestão dos três espaços por um prazo definido, mas o patrimônio será sempre do município”, destaca, lembrando que o contrato prevê a realização de alguns eventos públicos ao longo do ano, sem qualquer custo para o município.
No caso da pedreira, a reserva de eventos públicos será da seguinte maneira: uma data anual para show de grande porte; uma data anual para evento do calendário oficial da cidade; e cinco datas anuais para eventos que não sejam shows de grande porte.
Justus assegura ainda que o contrato impede que empresas que não sejam da área de eventos participem da concorrência. “Da forma como construímos o edital, os interessados têm de comprovar que são do ramo. Uma igreja evangélica, por exemplo, que quisesse explorar esses espaços, não seria habilitada.”
O livre trânsito de cidadãos e turistas também estaria garantido no contrato: “As pessoas vão poder continuar visitando esses locais sem pagar qualquer taxa, tirar suas fotos e fazer as paradas da Linha Turismo. Só quando houver algum evento privado será cobrado ingresso, como já acontece hoje. Os usuários não vão encontrar qualquer barreira, mas vão perceber as mudanças na qualidade e na frequência dos serviços prestados”.
Reformas
Para o superintendente, o modelo é ideal, porque os espaços serão revitalizados e mantidos em funcionamento sem que se gaste “um tostão” do dinheiro público. Ao contrário, a prefeitura ainda vai ganhar dinheiro com a concessão: no mínimo 4% da receita bruta, além do ISS, que é de 5%, segundo Justus. “Quem investir vai saber o que trazer para fazer o negócio funcionar, e esses espaços vão ganhar uma programação permanente, não vão mais ficar fechados. Para a Ópera de Arame, então, será ótimo: ela já está velhinha, precisando de reparos, e o investidor vai fazer tudo o que é preciso, consertar a cobertura, pensar no conforto térmico, na acústica etc.”.
Questionado sobre o fato de a concorrência não ter sido divulgada pela prefeitura, Wilson Justus respondeu que “talvez tenha havido um atropelo na comunicação, por causa do metrô”. A Gazeta do Povo tentou ouvir a Fundação Cultural de Curitiba sobre a concessão, mas a sua assessoria informou que o porta-voz da prefeitura nesse assunto é justamente Wilson Justus.
Créditos
gdp

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