quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Sem incentivo, carro elétrico empaca no país

Pessoas
Algumas coisas acontecem no mundo, sem razão, outras não acontecem por diversas razões...
Estranho? Complicado entender?
Não acredito, precisamos aprender a ler nas entrelinhas, onde não está escrito...
Reflitam

Para especialistas reunidos em congresso, carga tributária torna inviável a popularização de veículos “verdes”



Ao contrário dos Estados Unidos e de países europeus, o governo brasileiro ainda não demonstrou que pretende investir pesado na tecnologia dos veículos elétricos. Para executivos do setor, a alta carga tributária praticada no país é sinal de que os carros movidos a energia elétrica não vão começar a circular tão cedo. O assunto foi discutido ontem no 1.º Con­gresso Paranaense de Veículo Elétrico, no Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), em Foz do Iguaçu.
O superintendente de Engen­haria e Planejamento da Mitsu­bishi, Fábio Maggion, diz que desde o ano passado o setor brigava por uma adequação tributária para os veículos elétricos, que pagavam 25% de IPI. “Queríamos reduzir porque hoje os veículos 1.0, que menos poluem no país, pagam 7%”, comparou. No en­­tanto, o que as montadoras receberam foi um balde de água fria, com o anúncio do aumento do imposto sobre os importados para até 55% no próximo dia 16. No início de 2010, o governo chegou a cogitar um programa de estímulo ao desenvolvimento do carro elétrico, mas o plano foi cancelado por divergências internas.
Preço
Maggion diz que, se o governo brasileiro desse incentivos ao setor – como faz a própria Ar­­gen­­tina com o imposto de importação – e reduzisse em 10% o IPI, o preço do veículo cairia para R$ 120 mil. O valor, apesar de alto, segundo o executivo, já é considerado competitivo. “Nós não estamos pedindo dinheiro como nos EUA, onde o governo dá US$ 5 mil, US$ 7 mil para quem compra o carro elétrico. Isso, sim, é incentivo. Estamos pedindo a redução da carga tributária”, reclamou. Com a falta de incentivo, as montadoras ainda não têm estimativa de prazo para comercializar os primeiros veículos elétricos no país.
O setor automotivo brasileiro sustenta que os governos precisam incentivar a produção do veículo elétrico para as montadoras aumentarem o volume de vendas e baixarem o preço de produção. Esta seria uma estratégia para incrementar o número de fábricas em todo o mundo. Hoje a produção anual de carros elétricos no mundo não passa de 100 mil ao ano.
O diretor de Relações Insti­tucionais da Renault, Antonio Calcagnotto, também defende uma política governamental para o setor e diz que o projeto do carro elétrico não é um entrave para o etanol. “O Brasil nitidamente tem uma estrutura política de apoio ao etanol. Há um entendimento ainda não claro dentro do governo de que uma nova tecnologia como o carro elétrico vai matar o etanol, o que não é verdade”, salienta.
Projetos
Brasil está no fim da fila, afirma presidente da Renault
Roberto Massignan Filho
Na semana passada, o presidente mundial do grupo Renault-Nissan, Carlos Ghosn, afirmou, durante o Salão de Tóquio, que em cerca de dez anos pelo menos 10% dos carros vendidos no mundo serão elétricos, mas países emergentes, como o Brasil, estão no fim da fila para receber estes carros em suas ruas. Na mostra, que termina no domingo, mais de 60% dos veículos que estão sendo apresentados são protótipos de carros movidos a eletricidade.
Segundo Ghosn, o único país que vai desenvolver rapidamente um mercado de veículos elétricos será a China. Ele ainda declarou que a culpa de o Brasil não desenvolver carros elétricos não é dos brasileiros e sim dos fabricantes, citando, entre outros fatores, a atual incapacidade de produzir baterias para uma demanda maior que a esperada pelos países desenvolvidos.

Fonte:

Nenhum comentário:

Postar um comentário